26/09/2008

Transferência precoce

O Milan anunciou a contratação do jogador mexicano Edgardo Obregon. Até aí tudo normal. O clue italiano é uma dos potências no mundo do futebol e é normal que garimpe jogadores na América Latina e na África também. Mas, eis que surge um detalhe. Obregon tem apenas 9 anos. E o pior é que esse é apenas um caso do que virou o futebol nos dias de hoje.


Antigamente, para o jogador ir para a Europa ele tinha que estar no auge. Fazer belos campeonatos nacionais, mostrar qualidade, regularidade, mas ainda assim, a resistência era enorme. Não era qualquer um que ia jogar em clubes da Europa, muito menos no ‘tops”.

Hoje não. Buscando estratégias de marketing e apostando no futuro – não das equipes que montam, mas sim dos cofres – os clubes europeus, até os de ponta, burlam leis, seduzem os garotos e os pais desses garotos, em busca de seus interesses.



E há como competir? Só mudando a cabeça dos pais. Mas, você recriminaria? Um mundaréu de dinheiro na sua mão, a oportunidade do filho ir para a Europa – o continente com os melhores clubes do mundo – para jogar futebol, uma mudança completa de vida, e quem sabe a garantia de uma vida repleta de regalias.

Quem sofre com isso, é o futebol destes países periféricos. Hoje, o Brasil até consegue repatriar um jogador ou outro, mas em compensação perde 50, 100 atletas na base. Consequência? Cada vez mais o nível do Brasileirão cai, com seu leque de jogadores medianos. É um Richarlyson aqui, um Jaílton ali, um Magrão acolá...

Então. algo precisa ser feito – se é que existe algo para se fazer para competir com a voracidade européia- ou os “Obregons” continuarão indo embora.

Nenhum comentário: